terça-feira, 14 de junho de 2016


















O império dos escombros

Por Diego Lourenço.

O mar, revoltado, encarava-o com repúdio, desejando maltratar-lhe entre as pedras. Os ventos gritavam em seus ouvidos, “Traidor”, “Mentiroso”, “Cínico”, “Perverso”.

Chovia impetuosamente, para que cada gota caída sobre os seus ombros o lembrasse das vezes em que poderia ter voltado atrás, para que se sentisse o peso das escolhas.

A natureza exigia o seu fim, mas nenhum elemento jamais conseguiu destituir a perversidade que paira sobre a natureza humana. Nenhuma força se mostrou capaz de subjugar a força de vontade. A dor e o pavor são rimas para aquele que empunha a lança. E a morte apenas uma cortina que se fecha.

Impecável, ele retornava para o seu lugar de direito, nas sombras. Nas entranhas de um elegante palco, ardentemente iluminado por nuances de todas as boas emoções humanas. O seu esplendor desarranjava o pensamento da plateia, que não imaginava ser possível ter o próprio paraíso na Terra. O público estava saciado de quaisquer necessidades, pois encontrava paz em tudo aquilo. Nenhum mal poderia surgir do Éden, então.

Não. A verdade omitia-se, envergonhada. Por ter permitido tal besta enraizar-se em suas fundações e as distorcido. Por não ter notado que toda voz dissonante aos poucos se tornava ferramenta colaborativa, fantoche, conduzido pelos dedos de um titeiro corrompido.

O mundo desmoronava com um sorriso no rosto. As rochas que consolidavam a história estavam sendo removidas com uma brutalidade disfarçada de favor. Tomava forma, pouco a pouco, o império dos escombros.

O dominador oferecia prazeres inimagináveis, felicidades e riquezas infinitas. Buscava, em troca, tudo. Da obediência à vida de um ou de mais. Ou de todos, se necessário. Nada seria suficiente ao ser comparado com as dádivas oferecidas pelo rei.

Contudo, não era capaz de controlar o tempo, que removia as suas camadas de saúde pouco a pouco. Primeiro, foram-lhe os olhos, depois os dentes. Em seguida, cansou-se a esperança e, por fim, o pulso.

Tombou o deus, pois nenhum rei governa para sempre.

Descontrolados, os escravos poderiam respirar liberdade enfim. Mas nenhuns dos

seus servos sonhavam em ser livres, pois todos os servos sonham em ser rei...

O império dos escombros renovava-se a partir do seu legado. A lança, que ceifava direta e francamente, tornou-se pena. A pena cortava com mais astúcia, mas a sua tinta desbotava. Então vieram a caneta, as teclas, o futuro. Histórias que, com sorte ou por desgraça, ainda conheceremos. Sob a ótica de outras majestades desse mesmo reino.

A natureza ainda se rebela, uma vez que não há ordem vindoura para a natureza humana. O velho dilema entre a luz e as trevas, persiste. Orientando a humanidade para o vazio que a leva a lugar algum. Desviando, por todas as eras, a necessidade de se ponderar sobre o verdadeiro conflito: Verdade e tempo.


Mas quem sou eu para falar sobre verdade, se estamos todos sentados, lado a lado, na plateia?

segunda-feira, 6 de junho de 2016

A arte da cultura Coca-Cola
Grupo:
João Lucas, Juliana Boaventura, Luana Vitena e Marcela Barbosa


sexta-feira, 27 de maio de 2016

Sobre o vomitaço como elemento estético e ferramenta de expressão política e participativa

Fábio Malini. 
Duas coisas novas no repertório virtual dos movimentos brasileiros. 1) O #Vomitaço, esse dispositivo de slackativismo (ativismo de sofá) que paralisa qualquer forma de peleguismo em páginas de Facebook. Indicador de insatisfação, o #Vomitaço se tornou uma espécie de vacina contra o "comentarista de portal", com suas trolagens estúpidas, porque o #vomitaço inviabiliza que os radicais de direita ganhem platéia online. O #Vomitaço virou uma anti-plateia, um selo da "reação negativa" no Facebook. Seca qualquer possibilidade de existência de audiência e, assim, bloqueia a influência de uma página no Facebook. O Vomitaço é assim uma máquina redutora de influência a partir de uma ação de excesso de atenção inóspita a uma página.  2) A caneta desmanipuladora, ou seja, esse cibermovimento de retitular, à mão, as machetes de capa de jornal impresso. Esse remix  ataca o coração da indústria de notícia: a possibilidade de agendar a sociedade, reinterpretando os fatos sociais. A "desmanipulação" completa o largo ciclo de queda de credibilidade, do número de leitor e de vendas da imprensa de papel, demonstrando que o "pacto de Jucá" também desnudou todo esforço de certos grupos midiáticos (e de jornalistas pagos por estes) de ocultar a verdade (o golpe) para afirmar intere$$es corporativos (o apoio ao governo conservador). Em paralelo a tudo isso, segue, no mundo real, a multiplicação de atos, ocupações, paralisações, bloqueios de rua, greves, que demonstram que o #Vomitaço também está nas ruas.

Para download



Segue a lista das equipes e dos componentes 

GRUPOS DO DIA 12\05
MBB
Andresa Carmo

Marcio Seixas
Leonardo Santiago
Lucas Fernandes
Carol Ferreira
Geração Coca-Cola
Marcela Barbosa
Juliana Boaventura
Luana Vitena
Lucas Pires
Tecnologias e TecnoArte
Denise Santos
Luuana Carvalho
Quéssia Nascimento
Vanessa Campos


quinta-feira, 19 de maio de 2016

You


Olá II

A ideia é que, aqui, possamos discutir e desdobrar o que temos pensado e debatido em sala.  
Esse espaço será também um outro recurso de e para avaliação.  
O material elaborado para a apresentação dos Seminários deve ser postado aqui.  
Podemos e devemos alimentar as postagens com ilustrações pertinentes às discussões
Bons trabalhos pra gente!


Olá I

Olá! Esse é o blog da disciplina Estética e Comunicação de Massa, da turma de Comunicação Social - Relações Públicas, da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, ano 2015, semestre 2.